Infinitos dentro de infinitos e refletindo infinitos. Essa creio que é a melhor representação da realidade. Seguindo este raciocínio, não existe uma origem última e nem mesmo um número limitado de universos.
Em níveis microcósmicos, há coisas dentro de coisas, de certa forma se replicando. Átomos dentro de moléculas, partículas dentro de átomos e algo dentro das partículas. Usando a analogia do percurso do coelho (a correr sempre metade do caminho e a metade das metades), há sempre infinitos dentro de infinitos.
Invertendo a visão para o macro, há sistemas dentro de sistemas. Planetas em volta de estrelas, estrelas em aglomerados, em galáxias, aglomerados de galáxias, o universo. Ora, por que não o universo também ser parte de um aglomerado superior? O universo é um átomo numa molécula do multiverso e o multiverso é parte de algo maior e virtualmente inimaginável para nós no nível em que estamos, mas esse processo segue infinitamente. Uma boneca russa infinita.
Desta forma, a realidade é algo tão maior do que jamais imaginamos. É o real eterno, o verdadeiro infinito. Há um limite para o infinito? Não. A única coisa que o infinito sabe ser de fato é existir. Esta é sua maior qualidade. O infinito existe... Em toda sua infinitude.
O espaço é uma camada, um tecido feito de partículas surgindo e morrendo, um grande oceano que se expande e nele a matéria se abriga. É este espaço que se deforma com a gravidade, que interage com o tempo, mas ele pode ser rompido, como no caso da singularidade.
O tecido do espaço pode ser literalmente perfurado ao se apartar as partículas, criando um real vazio. Os buracos de minhoca permitem viajar entre um ponto do espaço a outro instantaneamente justamente porque eles abrem uma fenda no espaço, um atalho, e quem atravessa a fenda está viajando no nada, ou melhor, no que posso chamar de "espaço interuniversal", "espaço extra-universo", o vazio que há lá fora, onde o tecido do universo se estende. Neste vazio não há leis da matéria regulando tudo, de modo que as distâncias de bilhões de anos-luz dentro do espaço nada significam.
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