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Dragon Ball Super

Dragon Ball Super (2015)

A primeira vez que vi Dragon Ball foi quando começou a passar na TV aberta e vi mais ou menos até a saga do Madim Bu, mas vi em pedacinhos, perdendo muitos episódios, afinal nem sempre a gente está em casa e acaba perdendo a programação que a gente acompanha. 

Só muitíssimos anos depois voltei a ter contato com esse anime através do Dragon Ball Super, lançado em 2015, e dessa vez pude acompanhar direitinho todos os episódios graças à internet. Aí percebi algo sobre esse desenho: eu não gosto das cenas de luta. Gostava na infância e adolescência, mas agora achei-as bem entediantes e até irritantes.

É verdade que a grande marca de Dragon Ball são justamente as lutas por ter levado o estilo de artes marciais a um nível cósmico. Os personagens disparam raios que explodem planetas e enquanto se esmurram geram ondas de choque que destroem todo o cenário em volta. E toda criança que já assistiu Dragon Ball brincou de soltar kamehameha. É um golpe marcante por causa da dramática lentidão com que é desferido. O Goku demoradamente soletrava o "ka... me... ha... me... ha..." enquanto carregava a bola de energia e esse jeitão de slow motion era o que tornava o golpe interessante.

Lentidão, aliás, é outra marca desse anime. As lutas duravam vários episódios e um simples diálogo poderia se estender demoradamente por vários minutos. Era encheção de linguiça. Essa é a verdade. Mas era também uma das marcas da série. Com relação ao estilo das lutas, inspirou até mesmo Hollywood, como na cena de Matrix 3 em que Neo e Smith se enfrentam e trocam socos que geram aquelas ondas de choque bem "dragonballianas". O mesmo aconteceu na luta do Superman e Zod em Man of Steel.

Dito isto, reconheço o mérito das lutas de Dragon Ball e a ousadia em extrapolar o gênero de superpoderes, pois os personagens são quase deuses em termos de poder. Mas acho que o estilo repetitivo da pancadaria agrada mais as crianças e adolescentes. Agora que já estou véio não vejo graça e até acho irritante a gritaria, eles ficam falando "tatatatata" enquanto trocam intermináveis socos...

Goku, Dragon Ball Super (2015)

E a fórmula previsível... É sempre a mesma coisa. É a fórmula Freeza. O Freeza dá uma surra no Goku, mostrando quão poderoso é, mas aí o Goku se levanta e ativa outro nível de poder e dá uma surra no Freeza. Aí o Freeza faz cara de surpresa, mas depois solta um risinho confiante e diz que ainda não mostrou seu verdadeiro poder. Aí dispara outro nível de poder e dá uma nova surra no Goku, o que leva o Goku ao limite, então ele extrapola seu limite e desperta mais um nível de poder, superando o Freeza, que então diz que na verdade ainda não mostrou seu poder máximo e esse ciclo de mudança de níveis de poder segue ad infinitum.

Em Dragon Ball Super essa fórmula apenas continua de onde parou na série clássica e os mocinhos e vilões continuam nessa brincadeira de "agora vou mostrar meu verdadeiro poder" e a cada episódio um novo nível de poder é demonstrado. E aí trocam socos enquanto gritam "tatatatata" e soltam raios e destroem tudo em volta, etc, etc. Cansei disso. Toda a história principal, aliás, me parece simples demais. É sempre essa coisa de campeonatos de luta e recrutamento de equipes e eles treinando e testando a força uns dos outros. Sei lá, acho que virei um chato.

Por outro lado, eu gostei demais dos fillers. Pois é, os fillers costumam ser o conteúdo odiado pelos fãs de anime porque são episódios feitos pra tapar buracos na programação enquanto a história principal ainda está sendo produzida. No caso de Dragon Ball, porém, os fillers me parecem a parte mais legal. Isso porque Dragon Ball tem um forte elemento de humor. Apesar de ter momentos muito sérios e dramáticos, a piada é constante e nos fillers mais ainda. Dei boas risadas com alguns destes episódios. 

Mas convenhamos, apesar das lutas serem repetitivas, são interessantes pelo fato dessa série não ter medo dos limites. A gente acaba se impressionando cada vez que os personagens atingem um estágio superior e Dragon Ball Super leva isso a sério. Os caras agora são simplesmente iguais aos deuses.

Enfim, gostei demais do Dragon Ball Super, o desenho está bem melhor que o das animações antigas e a fórmula que mistura ação, absurdo e humor continua funcionando. Você vai ver até o Vegeta de chupeta.

Vegeta, Dragon Ball Super (2015)


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