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O futuro do streaming

Streaming services

A Netflix revolucionou o mercado de entretenimento, criando um império de streaming de filmes e séries. Foi ela quem consagrou o streaming como um novo hábito que se tornou tão comum quanto ver TV. Em muitas famílias ela substituiu totalmente a TV, tanto aberta quanto por assinatura. Netflix se tornou tão mainstream que muitos aparelhos de TV já vêm de fábrica com um botão Netflix no controle remoto.

Foi como a era do Império Romano dos streamings. Seguiu-se depois a era dos estados nacionais, pois os sites de streaming começaram a se multiplicar e alguns players fortes se destacaram, como Prime Video, Disney+, Apple TV e HBO Max. E há muitos outros serviços mais modestos e nichados, como Paramount+, Lionsgate+, Discovery+ (que deverá se fundir à HBO), Telecine, Crunchyroll, Mubi, etc. Pasmem, até a brasileira Multilaser, empresa de produtos eletrônicos, está começando seu serviço de assinaturas, o Multi+.

Muito provavelmente, após essa multiplicação de sites, a explosão cambriana dos streamings, deve vir a era do canibalismo, com os peixes grandes devorando os pequenos, como aqueles jogos de bactérias fagocitando umas às outras até que sobram só as maiores.

No começo da internet, havia muitos serviços de e-mail disputando espaço. Com o tempo apenas dois se estabeleceram como os grandes dominantes neste negócio, Hotmail/Outlook e Gmail. Ainda hoje existem diversos outros serviços, até mesmo um provedor de hospedagem de site pode fornecer um e-mail personalizado para o cliente, mas nenhum destes serviços alternativos chega aos pés da gigantesca dominância de Gmail e Outlook. Algo semelhante deve acontecer com o streaming.

Arrisco aqui a previsão de que, no fim de toda a disputa por espaço, vão se estabelecer dois gigantes, Apple e Amazon. Talvez também a Microsoft, se ela resolver expandir o XBox para um serviço que vá além de games e envolva também o streaming audiovisual.

A Apple tem hoje um market cap de 2,40 trilhões de dólares. Isso mesmo, é uma das poucas empresas trilionárias do mundo. Ela tem seu próprio streaming, a Apple TV, que ainda ocupa uma fatia pequena desse mercado, com cerca de 6% (Disney+ tem cerca de 18%, Amazon Prime 24% e Netflix 27%). Abaixo dela vem a Microsoft, com um valor de 1,83 trilhão. A Alphabet/Google vale 1,26 trilhão e a Amazon 950 bilhões.

O market cap da Netflix é de 127 bilhões e o da Disney é de 175 bilhões (lembrando que a Disney é muito mais que streaming, sendo um grande conglomerado de diversos serviços de entretenimento). A Warner Bros. Discovery é bem menor, com um market cap de 26 bilhões.

Os peixes grandes da internet, portanto, são Apple, Microsoft, Google e Amazon. São estes os players que devem entrar na jogada de comprar outros serviços de streaming, absorvendo tudo pelo caminho e abocanhando o mercado consumidor.

Não é improvável pensar, por exemplo, que a Apple um dia possa comprar a Disney e quem sabe até a Warner junto, finalmente fundindo Marvel e DC, abrindo possibilidades para todo um novo universo de crossovers no cinema. 

A Amazon já começou comendo pelas beiradas, comprando o studio MGM por 8,5 bilhões. No Prime Video, inclusive, existe a opção de fazer assinaturas extras de outros streamings menores, como Paramount+ e Looke. Não duvido que no futuro a Amazon resolva comprar de vez estes parceiros.

Em algum momento deve haver um interesse dos gigantes para comprar a Netflix. Talvez estejam só esperando ela perder sua liderança e ficar mais barata para a aquisição.

Arrisco ainda acrescentar outro gigante que está começando a se destacar, o império crescente do Elon Musk. A Tesla tem agora um market cap de 530 bilhões, sendo que ela já chegou a valer 1,2 trilhão. Pois é, o último ano foi uma maré de azar para a Tesla, mas mesmo assim continua sendo uma empresa de meio trilhão. A SpaceX está valendo 127 bilhões e subindo.

Agora Musk está investindo no Twitter, que lhe custou 44 bilhões, mas tem potencial para se tornar um gigante de mídia, superando o Facebook que está em decadência. O Twitter deve sair de seu estado engessado em que existia há anos e lançar mais e mais funcionalidades e serviços, provavelmente também um serviço de vídeos para concorrer com Youtube e Tiktok.

O plano a longo prazo do Elon Musk é criar o tal X.com, um grande conglomerado de internet que pode ficar à altura da Apple, Google e Microsoft. Se ele conseguir esta proeza, provavelmente também vai querer a sua fatia do mercado de streaming. Será o Elon Musk o futuro comprador da Netflix?

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