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Algumas impressões sobre redes sociais

Social media

Quando as redes sociais começaram, era tudo uma grande brincadeira. Foi assim lá nos tempos de Orkut (post aqui) e Myspace. Naturalmente a coisa foi evoluindo e as redes sociais se tornaram uma importante ferramenta profissional e até política.

No balanço geral, creio que há mais vantagens que desvantagens na existência destes sites. Eles facilitam a divulgação de notícias, o contato entre pessoas, o uso da liberdade de expressão para expor opiniões e críticas, e servem até mesmo como SAC de empresas. Hoje em dia é por meio das redes sociais que as pessoas tiram suas dúvidas e fazem reclamações nos perfis das empresas quando compram algum produto. 

Também é uma forma excelente de manifestação política, como nunca houve antes. Eleitores conseguem se comunicar diretamente com seus candidatos, apoiando, discordando, criticando, sugerindo... Projetos de lei já foram aprovados ou rejeitados simplesmente por causa da comoção coletiva gerada nas redes sociais, fazendo com que o assunto se tornasse um trending.

O trending (que acontece quando muitas pessoas estão falando do mesmo assunto) é hoje a forma mais eficiente de levar um tema para discussão e conhecimento público. As redes sociais proporcionam isto.

Por outro lado, estes sites também têm seus males. Um deles é o excesso de exposição da privacidade, que pode trazer vários problemas para sua vida. Há gente que cai em golpes por ter informação demais disponível online, tem gente que perde o emprego ou mancha a reputação por causa de boatos, fofocas, informações falsas viralizadas nas redes.

O excesso de informação e contato com pessoas tóxicas, além de ler muitas opiniões pessimistas e xingamentos gratuitos pode levar você a um burnout, uma sensação de desgaste psicológico e até mesmo alimentar uma depressão. Como tudo na vida, as redes sociais devem ser usadas com moderação.

Após mais de uma década convivendo com estes sites, acabei me identificando mais com uns e perdendo o interesse por outros. Cada site tem seu próprio estilo e cultura. Até mesmo temos uma tendência a assumir personas virtuais diferentes de acordo com o site.

O Facebook me parece ser o mais voltado à exposição da vida privada. É seu diário virtual e o lugar para desenvolver e expor um status social. Se você está namorando, informa no Facebook; se se casa, posta as fotos da cerimônia ali; ali você posta os vídeos dos filhos aprendendo a andar e encontra amigos, vizinhos, parentes e colegas de trabalho. É um site mais focado na "vida real".

O Instagram é parecido com o Facebook e não à toa foi comprado e absorvido por este. É onde as pessoas se expõem em fotos e videos, seja para exibir a própria beleza ou pra relatar suas viagens, idas a hotéis, restaurantes, ostentar bens, enfim, cultivar o narcisismo.

Obviamente estou dando uma impressão generalizada da coisa. Cada pessoa pode usar estes sites como quiser e há quem use para fins artísticos, profissionais, intelectuais, etc. No geral, porém, esta é a impressão que tais sites me passam.

Não vou, porém, fazer uma crítica moralista sobre o narcisismo. Nós somos a geração mais narcisista de todas e as próximas continuarão sendo. O narcisismo veio para ficar na cultura humana e na verdade tem seus benefícios na promoção da autoestima. Ao mesmo tempo, pode ter um efeito reverso em pessoas propensas a serem afetadas negativamente pelo narcisismo alheio. A estas, o conselho é que evitem estes sites.

O Twitter antigamente era um site bem aleatório, onde as pessoas falavam sobre tudo, comentavam futebol, novela, falavam abobrinhas e faziam amizades com gente morando em locais distantes. Hoje tudo isso ainda existe, mas o site claramente se tornou um grande fórum de discussão política e social. Todos os dias algum tema ligado à política está nos trendings.

A política é um ímã para o moralismo, de modo que é comum ver pessoas julgando umas às outras no Twitter. Basta um simples comentário casual e você pode ser linchado virtualmente por grupos de moralistas e "ativistas de sofá". Você é xingado por estranhos gratuitamente, às vezes basta você dizer que não gosta de uma música ou que votou num candidato tal ou torce para um time tal.

No Twitter cresce a grama do virtue signaling, as pessoas que querem expor como são corretas, politicamente engajadas, moralmente irrepreensíveis, enquanto repreendem as demais e não toleram opiniões diferentes. A cartilha politicamente correta é usada para tentar censurar opiniões e comportamentos.

Por fim, nessa lista das maiores redes sociais, tem o Pinterest. De todos os sites aqui mencionados, é o mais leve. Não é um lugar onde você costuma ver gente discutindo e também não tem ênfase na exposição da vida pessoal. O Pinterest é um álbum de figurinhas coletivo onde você posta ou reposta imagens de coisas que gosta: filmes, decoração, natureza, esportes, moda, comida, livros, etc, etc.

Pinterest é só amor, um site lúdico e descontraído. Não à toa se tornou minha rede social favorita e espero que continue nesse caminho.


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