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Road House, uma franquia dedicada às brigas de bar

Patrick Swayze; Road House (1989)

Brigas de bar são um dos maiores tropes dos filmes de ação. Todo personagem casca-grossa que se preze em algum momento tem que se meter numa briga de bar. E se fizessem um filme inteiro como uma grande briga de bar? É o caso de Road House.

O filme original é de 1989 e foi estrelado pelo Patrick Swayze no papel de Dalton, um segurança de bar casca grossa e bonitão, além de ser gente boa. Ele começa a trabalhar no Double Deuce, um bar conhecido pelo excesso de confusões causadas por clientes. Dalton organiza a equipe de funcionários e os treina para lidar com os valentões. E assim ao longo do filme temos muitas brigas de bar, o que acaba se tornando cômico.

Road House é como chamam um bar ou taverna de beira de estrada. Em português o título ficou como Matador de Aluguel, o que foge completamente da proposta do filme e ainda ganha um ar bem genérico, infelizmente.

Lembrando que também existe outro filme que no Brasil recebeu o mesmo título de Matador de Aluguel, o Killer Joe (2012), estrelado pelo Matthew McConaughey e neste caso realmente se trata de um matador de aluguel.

Kelly Lynch; Road House (1989)

Patrick Swayze foi um dos grande símbolos sexuais masculinos dos anos 80-90 e é claro que aproveitaram a presença dele no filme para incluir cenas de sexo e nudez, com muitos peitos, bundas, inclusive a bunda do próprio Swayze.

Não bastando os arruaceiros do bar, os problemas aumentam por causa de Brad Wesley, um empresário ganancioso que se torna o grande antagonista de Dalton, perseguindo-o com seus capangas e ameaçando as pessoas próximas, incluindo seu grande amigo Garret (Sam Elliott). Toda esta pressão desperta um lado violento em Dalton.

Sam Elliot; Road House (1989)

Falando no Garrett, ele curiosamente parece roubar a estrela do Dalton nas cenas em que aparece. O charme e a presença do Sam Elliott acabam superando o Patrick Swayze, mas de toda forma a química dos dois como amigos funciona e não parece haver nenhuma rivalidade.

O auge da sua violência é também a cena mais inverossímil do longa, quando Dalton arranca a traqueia de um capanga com a mão. Sim, ele fez isto muito antes do Stallone no Rambo 4. Mas enfim, no final, como é de se esperar, Dalton controla sua fúria, vence o vilão e seus capangas com ajuda dos amigos e fica com a donzela.

Em 2006 foi lançado Road House 2, dirigido por Scott Ziehl e com Johnathon Schaech no papel de Shane Tanner, filho de Dalton. De toda forma, nem assisti esse filme.

Road House foi produzido pelo studio indie Silver Pictures e distribuído pela United Artirts, uma companhia fundada em 1919 e que foi adquirida em 1981 pela MGM (Metro-Goldwyn-Mayer). Em 2022 a Amazon comprou a MGM e com ela um imenso catálogo de filmes e direitos autorais. Eis que em 2024 a Amazon produziu um remake de Road House, agora protagonizado pelo Jake Gyllenhaal.

Jake Gyllenhaal; Road House (2024)

O Dalton de Jake Gyllenhaal faz o mesmo estilo nice guy da versão original, porém mais sombrio, como uma espécie de psicopata que vive se segurando para não soltar seu lado violento. O bar agora se chama simplesmente Road House (em vez de Double Douce).

O plot é basicamente o mesmo. Ele vai trabalhar em um bar para lidar com valentões, até que compra briga com um empresário mafioso e seus capangas. E este Dalton é bem mais fictício e inverossímil que o original de 1989.

Já no começo ele leva uma facada no bucho e passa todo o resto da história com esse corte como se nada tivesse acontecido. Você deve desligar a suspensão de descrença e simplesmente curtir a pancadaria e a brucutuzice do protagonista. Dessa vez, porém, ele apenas quebrou a traqueia de um capanga, em vez de arrancar como o Patrick Swayze fez.

Jeff Healey; Road House (1989)

Há várias referências ao original, como no fato dele costurar as próprias feridas e namorar uma médica, etc, mas em termos de ambientação o filme de 1989 tinha mais vida, o bar era cheio de figurantes e ao longo do filme há várias apresentações de uma banda real, The Jeff Healey Band, cujo líder era cego.

A Dra. Elizabeth (Kelly Lynch) do filme original, virou Ellie (Daniela Melchior) no remake, já o Garrett, o amigo badass e estiloso do Dalton, interpretado por Sam Elliott com seu belo cabelão, simplesmente não teve uma versão no remake, o que fez falta.

Um detalhe em que o remake se sobressai é no antagonista interpretado pelo Conor McGregor. No filme original, havia um capanga chamado Jimmy (Marshall R. Teague) que tinha o papel do capanga mais forte, o braço direito do chefão. Dalton trava uma luta mortal contra ele, mas no fim das contas esse Jimmy é um personagem esquecível.

Conor McGregor; Road House (2024)

Já no remake temos uma nova versão do Jimmy chamada Knox. O Conor McGregor, com seu sotaque irlandês carregado, um olhar meio maluco e risada cínica, chamou atenção no filme e proporcionou umas boas cenas de luta.

Enfim, o remake não tem a mesma graça do original, mas de toda forma vale a pena como um filme de brucutu e pancadaria, um gênero que aos poucos está voltando a ter popularidade.

Sam Elliot; Road House (1989)
Sam Elliott arrumando suas belas madeixas.

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