Qaligrafia
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O dia em que saí da idade da pedra com um SSD

HD vs SSD

Posso me considerar um geek de tecnologia desde criança, quando conheci o clássico Atari e ao longo dos anos outros consoles. Na verdade nunca tive um console. Na infância e adolescência eu fui experimentando nas saudosas locadoras e fliperamas. Depois de adulto, quando já tinha capacidade de comprar um console, nunca priorizei isso e acabei me tornando um dos chamados "PC gamers", preferindo jogar em computador com um teclado e mouse. 

Não que não tenha curiosidade de experimentar os consoles atuais, mas confesso que ainda não bateu vontade suficiente pra eu fazer isso, pois estou muito satisfeito com meus joguinhos da Steam no PC, mas um dia devo ir atrás de um console mais por dever de consciência, pois acho que é um mundo que tenho que conhecer. 

O fato é que, mesmo não sendo um consumidor faminto de tecnologia informática, sempre me mantive informado, tanto que cheguei a fazer um curso de hardware e há pelo menos uma década eu mesmo cuido de meu computador, monto e desmonto quando necessário, enfim, me viro. Há alguns anos, então, quando a tecnologia SSD começou a bombar, fiquei curioso se eu deveria fazer esse upgrade, mas também é algo que nunca achei urgente de se fazer e fui adiando.

Então continuei como um usuário do velho HD, o tijolo de metal que antigamente algumas pessoas chamavam de winchester ou disco rígido. É literalmente um disco rígido. Já abri vários HDs velhos pra apreciar o disquinho de metal liso como um espelho e que tem uma agulha móvel sobre ele para fazer as leituras e gravações. Já foi uma tecnologia impressionante, mas convenhamos que hoje parece um troço bem arcaico, já que usa um processo mecanicamente comparável ao dos discos de vinil tocados em vitrolas.

Nunca senti a necessidade de trocar um HD por SSD forçado por questões de desempenho, já que não costumo usar aplicativos pesados e até os jogos mais pesados que já rodei funcionam ok no meu PC com uma modesta placa de vídeo e um processador i5. Sim, está longe de ser um PC gamer, mas é o suficiente para meus hábitos. Quando passei a usar o levíssimo Xubuntu em vez do Windows 10 então, a necessidade de mais desempenho diminuiu bastante.

Por exemplo, com essa configuração já rodei um Tomb Rider (aquele de 2013), um Cities Skylines, um Left 4 Dead 2, um Team Fortress 2 (mas esse nem conta porque é um jogo maravilhosamente otimizado, como outros da Valve). No entanto teve alguns jogos que aparentemente possuíam os mesmos requisitos de sistema desses que mencionei e que rodavam terrivelmente no meu computador, como foi o caso de Outlast. Quando estava usando HD era simplesmente impossível jogar. Mesmo na configuração mínima ele ficava com uns 5 FPS. 

Eis que finalmente me bateu a vontade de comprar o trocinho. Comprei um de 120 GB, o menor de todos, afinal sempre usei um HD extra para armazenamentos, de modo que o SSD ficaria só pra rodar o sistema e aplicativos mesmo. Hoje em dia já é bem mais barato se comparado a 2, 3 anos atrás e muito em breve vão levar os HDs a caírem em desuso. Já era hora mesmo de eu me atualizar.

A primeira diferença já se nota no boot, a inicialização do sistema, que acontece realmente na metade do tempo. Tarefas como transferência de arquivos são visivelmente mais rápidas. Por exemplo, quando fui instalar um backup do Team Fortress, que tem uns 15 GB de tamanho, a leitura dos dados ficava em torno de 200-500 MB/s, o que é de 5 a 10 vezes mais rápido que um HD. E quando resolvi experimentar o Outlast e ele rodou tranquilo, ficou provada na prática a diferença. Um jogo que antes, com o mesmo computador, rodava em câmera lenta, depois com a substituição de uma única peça funcionou normal.

Fiz outro teste também que parece deixar bem clara a diferença: abri um livro em PDF. PDFs são documentos pesados, pois cada página é como uma imagem e não simplesmente texto. Livros escaneados em PDF sempre demoraram para abrir no meu computador. Tenho um dicionário, por exemplo, de 1000 páginas e uns 200 MB de tamanho. Quando abria ele no velho HD e ficava rolando as páginas, cada página chegava a levar uns 3 a 5 segundos para carregar. Fiz o mesmo no SSD e cada página abria em pouco menos de um segundo. O troço funciona mesmo!

Enfim, sinto que agora saí da idade da pedra da informática, a idade do tijolo de metal do HD. O SSD é diferente não só no desempenho, mas até fisicamente. É uma caixinha de plástico tão levinha (umas 30 gramas). É um pen drive mais gordinho. Não esquenta como o HD, consome bem menos energia e não produz ruído algum, bem diferente do HD que tem um típico som de "turbina" por causa do disco girando.

Edição em março de 2022

SSD Adata

No finalzinho de 2021 finalmente fiz outro upgrade, agora com um SSD NVMe. Diferente do HD e do SSD, que se conectam com cabos Sata, o NVMe é plugado direto na placa-mãe, num barramento PCIe, do ladinho da placa de vídeo.

Nos meus testes, o NVMe tem uma taxa de transferência de cerca de 1600 MB/s, enquanto o velho HD chega a cerca de 115 MB/s e o SSD fica por volta de 560 MB/s. Ou seja, se quando instalei o SSD eu saí da idade da pedra, com o NVMe entrei na era espacial.

Edição em fevereiro de 2024

SSD Kingston

Aquele meu primeiro modesto NVMe tinha uma taxa de leitura/gravação de 1800/1200 MB/s. Foi uma diferença gritante em relação ao antigo SSD e mais ainda ao HD. Por dois anos joguei New World com ele, um jogo pesado e mal otimizado.

Eis que em junho de 2023 troquei por um Kingston com velocidade de 3000 MB/s. Assim como o anterior, ele tem 250 Gb de espaço, o que dava pra instalar o Windows e pelo menos um jogo pesado. Só tive um probleminha. Ele é um PCIe de quarta geração, enquanto minha placa-mãe tem um slot de terceira geração. Isso significa que ele ainda é capaz de aceitar a peça, mas não desfruta de seu máximo desempenho. Desta forma, o NVMe acabou rodando por volta da metade de sua velocidade, mas ok, mesmo com esta limitação, ainda era ligeiramente mais rápido que o NVMe anterior.

SSD Lexar

Agora em 2024 finalmente fiz um upgrade na placa-mãe e esta tem dois slots M2. Resolvi também comprar mais um NVMe, agora da Lexar, com leitura/gravação de 3500/3000 MB/s e, o mais importante, com 1 Tb de espaço!

Olha, esse 1 Tb faz uma diferença enorme. Estes dias tive de desinstalar o New World porque estava voltando o jogar o Cyberpunk 2077 e simplesmente não cabia os dois no armazenamento de 250 Gb. Eu só podia jogar um jogo por vez. Sem contar que, como gosto de fazer capturas de vídeo da gameplay, rapidamente eu esgotava o espaço por causa dos arquivos de vídeo.

Então agora com um NVMe de 1 Tb e cerca de 3000 MB/s de velocidade, sinto que estou bem confortável em termos de desempenho. Hoje em dia já existe NVMe até de 7000 MB/s, mas isso é para quem realmente quer chegar ao limite do desempenho. 3000 MB/s ainda é uma velocidade bastante satisfatória que otimiza qualquer jogo e aplicativo.

Inclusive voltei a fazer o teste do PDF, abrindo um dicionário de uns 180 Mb e as páginas rolam com fluidez, carregando instantaneamente. Ainda lembro quando, na idade da pedra do HD, eu tinha que esperar alguns segundos para cada página carregar.

Dissipador de calor M2


Um erro que cometi lá em 2021, com o Adata, é que eu não usava dissipador de calor. Com o passar dos meses, a vida útil da peça realmente declinou, tanto que a velocidade foi caindo nos benchmarks. Comprei então um dissipador que usei no Adata e depois no Kingston. 

Já a placa-mãe nova (uma Gigabyte B660M), veio com um dissipador em um dos slots, de modo que instalei este dissipador no Lexar, enquanto o Kingston já tinha o seu. Venho usando o Kingston só para backup de arquivos de instalação de jogos, de modo que, quando formato o PC, posso rapidamente restaurar meus jogos da Steam. 

Com dissipador, as peças ficam em torno de 40-45 graus, mesmo estando perto da CPU e da placa de vídeo, regiões que geram muito calor. Obviamente ainda uso outros discos para manter arquivos separados do disco do sistema, inclusive um velho e surrado HD.

O fato é que, uma vez que você experimenta um NVMe, jamais vai querer voltar para um SSD, muitos menos um HD. É outra qualidade de vida em termos de carregamento de arquivos, páginas, jogos. 

A trilogia de Shyamalan

Shyamalan trilogy

Essa é uma daquelas sequências de filmes que levaram longos anos para serem completadas. Não que se compare a algo como Star Wars, cujo primeiro filme fora lançado há nada menos que 42 anos, em 1977, e seguiu ao longo das décadas em um só fio narrativo, sem reboots. Também Mad Max teve seu primeiro filme há 40 anos, em 1979, e em 2015 completou uma tetralogia. 

No caso do "universo Shyamalan", seu início se deu há 19 anos com Unbreakable (2000). Focado no personagem David (Bruce Willis), que se descobre portador de superpoderes bem ao estilo de personagem de quadrinhos. Ele é muito forte e invulnerável, além de ter certa intuição para farejar criminosos, de modo que se torna um justiceiro. 

Unbreakable (2000)

O vilão dessa história é Elijah (Samuel L. Jackson) que, de forma inversa ao herói, possui um corpo extremamente frágil, sofrendo de osteogênese imperfeita, de modo que por toda a vida seus ossos experimentaram muitas fraturas e essa limitação fez com que ele levasse uma vida reclusa e dedicada a estudos. Em compensação, possui uma inteligência sobre-humana e se torna um super vilão. É uma dupla clássica: o herói virtuoso, ingênuo e fortão; o vilão maligno, gênio e mastermind. Superman e Lex Luthor.

Split (2016)

A sequência veio uma década e meia depois, com Split (2016). Desta vez o personagem não é bem um herói ou vilão, mas um anti-herói. Enquanto Unbreakable tinha um estilo mais policial, Split é um drama psicológico, explorando o bizarro Kevin (James McAvoy) que possui nada menos que 24 personalidades, cada qual com suas vontades e princípios, umas mais bondosas, outras malignas, outras indiferentes e até mesmo uma criança. Todas elas giram em torno de uma personalidade bem peculiar chamada A Besta.

A teoria do filme é de que a mente humana é capaz de conceder não só habilidades especiais ao corpo, como influenciar até mesmo sua saúde e vigor, de modo que cada personalidade de Kevin tem uma saúde diferente e a personalidade da Besta faz com que ele desperte uma força sobre-humana e um comportamento animal. As várias personalidades acreditam que A Besta é uma forma suprema de ser humano, a perfeição, como um ubermensch, a ponto dele ser venerado e a ele se oferecem sacrifícios, garotas raptadas que Kevin canibaliza quando assume a forma da Besta.

Split (traduzido no Brasil como Fragmentado), é o filme mais intrigante dessa série, justamente por desenvolver um tema tão complexo e incomum, envolvendo o universo mental do personagem. A atuação de James McAvoy foi impressionante, pois em questão de segundos ele mudava de personalidades, alterando até suas micro expressões do rosto, tom de voz e os trejeitos do corpo.

Não bastando tudo isto, o filme ainda termina com um plot twist, que é marca das obras de Shyamalan. Atenção então para o spoiler! Bom, não se pode dizer que isso seja mais um spoiler a essa altura, já que "todo mundo" agora sabe que Split é uma sequencia de Unbreakable. Na época em que saiu, porém, ninguém sabia e foi uma grande surpresa quando no final de Split vimos uma cena em que aparece o personagem de Bruce Willis. É aí que percebemos que Shyamalan, após 16 anos, resolveu dar continuidade ao que começara em Unbreakable, criando um micro universo de super humanos.

Glass (2019)

Enfim, Glass veio em 2019 para completar a trilogia. Agora vemos o encontro dos três personagens, o herói David, o vilão Elijah e o anti-herói Kevin. O fortão, o cerebral e o bestial. O filme enfatiza a teoria original de que os quadrinhos são uma história velada sobre o potencial humano para desenvolver habilidades extraordinárias e existe uma sociedade secreta que há 10 mil anos reprime estas manifestações de poder, acreditando que o melhor para a humanidade é que todos vivam em um nível mediano e que superseres trariam problemas. 

É o vilão Elijah, o Glass, que vai enfrentar esse status do mundo, manipulando David e Kevin para se enfrentarem em público, num típico quebra pau de superseres, de modo que as pessoas passem a acreditar no potencial extraordinário.

E assim Glass conclui a trilogia. Para mim foi um pouco entediante na primeira hora e o plot twist no final é previsível, não tendo o mesmo peso das típicas e surpreendentes reviravoltas de Shyamalan. A atuação de McAvoy continua fantástica e é de longe a melhor desse filme, mas o tom dessa história é mais bobinho e menos sombrio do que o Split. De toda forma, foi bom ver a união dos três personagens que enfim atou as pontas de toda a série em um encerramento da trama.

Teclado TC142

Teclado TC142

Escrevi em outro post sobre um mini teclado modelo TC154¹ que experimentei por um breve período. A princípio pareceu interessante, tem as teclas macias e silenciosas, que é o que eu procurava, mas o layout é bem complicado de configurar. Por ser muito compacto, acumula muitas funções em algumas teclas, o que prejudica a agilidade do uso.

Então encontrei outro modelo com as teclas idênticas, aparentemente até mais macias, que é o TC142, e o layout que estou acostumado (o bom e velho PT Português - Brasil). Vamos ver se agora eu me aquieto. De fato, a digitação nele é bem agradável.

Tem um detalhe naquele outro que abandonei. Não uso muito o teclado para jogos, só uma horinha por dia, às vezes menos, mas em apenas três semanas a tecla W e um pouco do A e do D ficaram mais barulhentas e duras, pois são teclas muito usadas em jogos como direcionais (para caminhar no cenário). Naturalmente, são as teclas que mais se desgastam se você joga com certa frequência, mas acho que desgastou cedo demais e pra piorar a tecla passou a ter justamente o comportamento que não é de se esperar de um teclado dito silencioso e macio: ficou dura e barulhenta.

Agora espero que a mesma coisa não aconteça com o novo modelo, mas na primeira impressão, pelo menos, estou bem satisfeito.

Notas:


As cores de Alberto Morávia

Alberto Morávia

Meu primeiro contato com Alberto Morávia, um escritor italiano, foi em seu livro O Autômato. A primeira impressão é de que ele curtia um estilo noveleiro, com personagens, geralmente casais, sempre discutindo por bobagens e experimentando os conflitos de amor e tédio em suas relações, principalmente tédio. Sim, seus personagens são pessoas bem chatas e implicantes.

Outro detalhe com o tempo me chamou atenção que é o gosto de Morávia por descrever as cores das coisas e usando uns termos incomuns. Lembro-me, por exemplo, dele falar de um "branco gessoso" e um "vermelho pompeiano", mas achei ainda mais curioso ele descrever uns "prédios cor de biscoito". Que cor seria essa exatamente?

Introverso

Das vantagens da introspecção:
O meu mundo interno é tão elástico,
Ele se expande, se multiplica, uma amplidão,
Atendendo minhas necessidades.

Quando preciso de mais solitude, solidão,
Tenho em mim esse eremítico espaço.
Posso aí me recolher distante
De todo o mundo que me traz cansaço.

E toda a raiva, todo ódio e mágoas
Guardo pra mim no meu profundo abismo.
Não transbordo nem externo o que há de amargo.
Mas sim, eu sei, é um caminho difícil.

O mundo interior é um universo
De paz e inquietude. Algo complexo.

(20,04,2019)

Apreciando o Trinity College Library

Trinity College Library

Gostaria de postar aqui essa imagem em alta resolução da fantástica biblioteca de Dublin, na Irlanda, que foi fundada em 1592. Ela tem uma coleção de nada menos que 7 milhões de volumes, sendo que lá se encontra o Livro de Kells, do século IX AD, que é considerado o mais velho livro do mundo (no caso, o mais velho volume com esse formato de encadernação que chamamos de livro, que substituiu os antigos rolos e tecidos de papiro e pergaminho).

Cascas

A roupa é sua segunda pele.
A casa é sua terceira pele.
O mundo é a última pele.

(15,04,2019)

Habemus black hole

M87 black hole
Primeira "foto" de um buraco negro na galáxia M87.

A teoria da relatividade geral de Einstein formulava que a gravidade é uma deformação no tecido do espaço provocada pela massa da matéria. Logo, quanto mais massa, mais poder gravitacional um corpo possui, o que explica o fato básico de planetas girarem em torno de estrelas. 

Também a mesma teoria levou à hipótese de que um corpo com bastante força gravitacional seria capaz de atrair até mesmo a luz, dobrando-a. Isto foi comprovado ao se observar em um eclipse do sol como a luz das estrelas que passa tangenciando o sol sofre um leve desvio.

Black hole

Com base nisso, se imaginou que um corpo com uma quantidade absurda de massa, uma estrela, por exemplo, que ao longo de milhões ou bilhões de anos tenha devorado outras estrelas ou nuvens cósmicas a ponto de se tornar um corpo super massivo, teria uma força gravitacional tão imensa que a luz, ou seja, as partículas de fótons, simplesmente não conseguia escapar deste corpo, sendo atraída e engolida por ele. Assim, tal corpo celeste não poderia ser visto, uma vez que não emite luz. Assim surgiu o conceito de buraco negro.

Black hole

Bom, há quem prefira o termo "estrela negra", já que não se trata de um buraco oco, mas de um corpo sólido e mais denso que qualquer coisa que conhecemos. Imagine milhões ou bilhões de sóis comprimidos no espaço de apenas um sol ou mesmo de um planeta. A verdade, porém, é que não se sabe o que acontece com toda essa matéria e mesmo a luz sugada pela estrela negra. É uma situação tão peculiar que é chamada de singularidade.

Black hole

Sabe-se que em volta do objeto escuro há um horizonte de evento, a área ainda visível em que há matéria sendo atraída e girando como num redemoinho até ser sugada ou, dependendo das forças em atuação, arremessada em jatos de plasma superaquecido na direção do espaço.

Black hole

Faz poucas décadas que os buracos negros passaram a ser considerados um fato, pois até metade do século XX tratava-se apenas de uma suposição, de uma fantasia da ficção científica. Com a evolução da tecnologia, tornou-se possível encontrar buracos negros com base no movimento das estrelas em volta de um espaço aparentemente vazio ou na emanação de ondas de rádio, etc. 

Black hole

Só agora, finalmente, foi possível tirar uma "foto". Imagens conceituais de buracos negros já existem há alguns anos, mas eram até então criações artísticas ou simulações de computador (uma que ficou bastante famosa foi a representação mostrada no filme Interestelar, criada com base em consultas científicas). Agora temos o que pode ser considerada uma foto real, elaborada por meio de anos de observações feitas por um conjunto de telescópios espalhados por toda a Terra, formando um gigante telescópio virtual chamado de Event Horizon Telescope. 

Black hole

O objeto em questão foi observado na galáxia M87 e possui uma massa 5,6 bilhões de vezes maior que o sol. É um buraco negro supermassivo e por isso foi escolhido para ser o primeiro buraco negro fotogênico. Na foto nota-se o que já se supunha na teoria: um anel de plasma luminoso girando em torno de um corpo escuro. Há quem diga que, na verdade, é o olho de Sauron.

Eye of Sauron

A pentalogia Anjos da Noite

Underworld

Esta série, que consiste em uma pentalogia (cinco filmes), desenvolve uma mitologia própria acerca do universo fictício de vampiros e lobisomens. Vampiros vivem desde tempos antigos uma aliança com humanos para que permaneçam ocultos no submundo (underworld) e têm como inimigos os lobisomens (lycans). 

Então o reino dos vampiros passa por conspirações e jogos de poder, o que acaba envolvendo a vampira Selene (Kate Beckinsale). Além disso, Selene se tornará mãe de uma criança híbrida, uma nova raça que mistura a raça dos vampiros e dos lobisomens.

Os filmes são: Underworld (Anjos da Noite, 2003), Underworld: Evolution (Anjos da Noite: A Evolução, 2006), Underworld: Rise of the Lycans (Anjos da Noite: A Rebelião, 2009),  Underworld: Awakening (Anjos da Noite: O Despertar, 2012) e Underworld: Blood Wars (Anjos da Noite: Guerras de Sangue, 2016).

É uma série cult, que se tornou muito querida por um público interessado no tema. Desenvolve ao longo dos filmes o seu próprio universo e possui boas cenas de luta, além de contar com a beleza de Kate Beckinsale.

Underworld

Mitologia grega e muitos efeitos especiais em Fúria de Titãs

Clash of the Titans (2010)

Clash of the Titans (ou Fúria de Titãs, no Brasil) foi um remake do filme de mesmo nome lançado em 1981. A história é baseada no mito grego de Perseu, um semideus, filho de Zeus com uma humana. 

Perseu (Sam Worthington) deverá salvar a cidade de Argos enfrentando o monstro Kraken. Tudo começou porque nesta versão do mito os deuses mantêm sua imortalidade alimentados pela fé dos humanos. Uma vez que as pessoas de Argos estavam abandonando a fé, Hades (Ralph Fiennes) tomou a iniciativa de punir a cidade, mas com segundas intenções, pois seu poder é alimentado pelo medo humano, de modo que pretendia se fortalecer com o medo provocado em Argos e usar esta força para destronar Zeus (Liam Neeson).

Perseu, um simples pescador, descobre que é filho de Zeus e que é o único capaz de derrotar Kraken. Parte numa jornada, encontrando criaturas míticas como o cavalo Pégaso, as bruxas Estígias, Medusa e o barqueiro do Hades, Caronte. Além disso tem de enfrentar Calibos, uma criatura que recebeu poderes de Hades para matar Perseu.

Após tantas viagens e enfim com a cabeça da Medusa, Perseu mata Calibos, volta para Argos e derrota Kraken usando o poder mágico da Medusa. Zeus aprisiona Hades no Tártaro como punição por sua conspiração.

No segundo filme, Wrath of the Titans, os deuses estão cada vez mais fracos por causa da redução da fé dos humanos e as paredes do Tártaro estão ruindo, o que irá libertar o titã Cronos. Hades e Ares fazem aliança com Cronos e aprisionam Zeus, que terá seus poderes absorvidos pelo titã. O plano de Cronos é libertar-se e destruir a humanidade, bem como reformular todo o universo.

A missão de Perseu será invadir o Tártaro e salvar Zeus. Para isto conta com a ajuda de Andrômeda (Rosamund Pike) e Agenor (Toby Kebbell), filho de Poseidon com uma humana. Também terá auxílio do deus Hefesto (Bill Nighy), que forjou as armas de Zeus, Hades e Poseidon, e foi o arquiteto do Tártaro.

Entrando no Hades com a ajuda de Hefesto, Perseu enfrenta o Minotauro, atravessa um labirinto e resgata Zeus, escapando em seguida. Agora precisam se preparar para enfrentar Cronos que vem subindo à superfície. A essa altura, Perseu já possui a lança de Hades e o tridente de Poseidon, e falta-lhe a lança de Zeus que irá adquirir enfrentando Ares. Uma vez com as três armas, deve uni-las para formar uma lança mais poderosa com a qual derrotará Cronos, auxiliado por Pégaso. Na batalha final, Zeus e Hades se unem para ajudar a derrotar o titã. O visual de Cronos não ficou muito legal. É uma lenta e desengonçada montanha de lava.

É curioso como Poseidon (Danny Huston) é insignificante nos dois filmes. Hades, por sua vez, é desenhado como um vilão ou anti-herói, que trai o irmão em benefício próprio. Zeus é o deus sempre clemente. No segundo filme, porém, Hades ao final se redime e faz as pazes com Zeus. De toda forma, a era dos deuses já está no fim e agora o mundo está confiado aos humanos.

Wrath of the Titans (2012)

Alice no País das Maravilhas (1951)

Alice in Wonderland (1951)

Este desenho da Disney foi, obviamente, baseado nas duas histórias de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice Através do Espelho (1871). Foi produzido sob a supervisão do próprio Walt Disney e ganhou o Oscar de melhor trilha sonora.

A história de Alice já é conhecida na cultura popular. Uma história contada e recontada para crianças, mas que é tão rica em simbolismo e referências que tem também a apreciação de adultos.

Alice é uma garota cheia de imaginação que vê um coelho branco com um relógio e, seguindo-o, cai num buraco que a introduz num mundo fantástico onde animais falam e coisas incomuns acontecem.

Numa primeira camada, podemos ver Alice como um conto de fadas convencional, uma fábula de animais falantes criada pra entreter as crianças. Em outra camada, com alguma pesquisa sobre a origem do livro e a vida do autor, vemos que Carroll escreveu ou contou a história originalmente para a filha de um amigo seu, chamada Alice Liddell.

Há várias referências a pessoas e eventos conhecidos da garota Alice. Por exemplo, conta sobre as irmãs Elsie, Lacie e Tillie, que são as irmãs Liddell: Elsie é um nome derivado da pronúncia em inglês para LC (Lorina Charlotte), Tillie é Edith (seu apelido de família é Matilda), e LaCie é um anagrama de Alice.

Em camadas mais profundas, pode-se entender um desenho do mundo subconsciente de Alice ou de qualquer pessoa. Um mundo em que vemos personagens autoritários (a Rainha), representando nossa consciência punidora e vigilante, o lado racional, e personagens libertários e ousados (o Chapeleiro, o Gato), representando nosso lado livre e “louco”.

Há quem veja também simbologias de iniciação maçônica ou esotérica em geral. O Chapeleiro, por exemplo, usando trajes formais e cartola, seria um mestre maçom. A queda no buraco seria a imersão no abismo, um símbolo comum em todo esoterismo, pois o abismo é o início de uma mudança, a crise, o mergulho no caos para a partir daí haver uma iniciação. 

Carroll era professor de matemática e no conto faz menções a questões de matemática e cultura geral. Era comum autores protestantes da Inglaterra contarem histórias cheias de alegorias e simbolismo, como foi o caso de John Bunyan em seu O Peregrino.

O autor de Alice pode não ter investido em mensagens cristãs, mas usou da alegoria para questões mais universais, como a distinção entre loucura e normalidade, culpa e inocência, razão e imaginação, etc. Não é à toa que encanta, pois não se trata só de mais uma fábula de animais, mas de uma saga psicológica.

Uma saga especialmente vivida na adolescência, pois, tendo escrito primeiro para sua amiga adolescente, Carroll visava retratar alguns dos dramas desta fase. Assim que cai no abismo (a crise, a fase de mudança), Alice já se depara com o problema do crescimento, de ora parecer adulta, ora criança, de precisar encontrar seu tamanho ideal.

Quando encontra-se com a Lagarta, já é confrontada com a grande questão “Quem é você?”, ou seja, a necessidade de descobrir a própria identidade. E por fim irá enfrentar o julgamento da Rainha, uma personagem autoritária que talvez representasse a mãe de Alice Liddell.

O fim da história é repentino, mágico, pois ela simplesmente desperta do sonho, talvez indicando que a saga jamais tem fim, que prosseguiria por toda a vida.

O filme animado, produzido por Walt Disney, é bastante fiel ao livro e dá à história o encanto das formas e cores e música, um perfeito complemento para a história escrita.


Teclado TC154

Teclado TC154

Uma coisa que sempre tive dificuldade de encontrar do meu gosto é teclado. Nunca tive vontade de experimentar os teclados gamers, teclados mecânicos e coisas do tipo. Um dos motivos é o barulho. Aaah eu odeio o barulho dos teclados. É a tal misofonia. Até os cliques do mouse me incomodam.

E quanto maior o teclado, mais barulhento. Teclas enormes, pesadas, cliquentas (inventei agora essa palavra). Eu gosto do teclado do notebook. Esse sim é ótimo de usar, leve, a digitação é suave e com menos ruído. Pois bem, procurei algo do tipo pra usar num PC e achei esse mini teclado com um padrão chamado TC154. 

O trocinho é realmente compacto. As teclas são um pouco maiores que as de um notebook, e também fazem mais ruído, mas é algo tolerável em comparação aos teclados convencionais. Por hora, encontrei meu novo tecladinho de estimação e agora tenho que me readaptar ao seu layout.

O layout é realmente beem compacto. Tem várias teclas com dois ou até três caracteres. As teclas F11 e F12, por exemplo, ficam juntas da F1 e F2, acessíveis pressionando a tecla Fn. Curiosamente, tem alguns caracteres redundantes. A barra (/) aparece tanto na tecla da letra Q quanto em outra que tem o ponto e vírgula e dois pontos. O asterisco (*) também aparece em duas teclas, 8 e 0.

As teclas das setas direcionais são bem pequenas e justas, mas tudo bem, tenho dedos finos. Não tem um teclado numérico, obviamente, nem as teclas de Home, End, Page Up e Down, que estão incluídas nas setas direcionais, acessíveis pressionando Fn. Como simplesmente não tem a tecla de Print Screen, tive que configurar manualmente, usando a inútil Pause Break pra isso.

No caso, como uso Xubuntu, no Gerenciador de Configurações tem a opção de configurar atalhos de aplicativos no teclado, aí inseri o comando "xfce4-screenshooter" (que é o aplicativo padrão pra tirar prints) e bindei a tecla do Pause Break.

Shadowlands, a biografia de C. S. Lewis

Shadowlands (1993)

C. S. Lewis foi um dos mais famosos escritores cristãos do século XX. Autor da série As Crônicas de Nárnia, bem como ensaios teológicos, e professor especialista em história e literatura medieval na Universidade de Oxford. Irlandês de nascimento, perdeu a mãe quando era ainda criança. Lutou na Primeira Guerra Mundial e formou-se em Oxford, na Inglaterra, onde se tornou posteriormente professor.

Sua família era cristã anglicana, mas ele na juventude abandonou a crença e declarou-se ateu convicto. Com o tempo, porém, manifestou novamente interesse pela religião, a princípio mitologias grega, nórdica e irlandesa e, por fim, o cristianismo, voltando à Igreja Anglicana.

O filme trata do tempo em que conheceu Joy Gresham (Debra Winger), uma escritora estadunidense, e com ela desenvolveu uma amizade que resultou em casamento.

Lewis (Anthony Hopkins) viveu solteiro até a maturidade, quando conheceu Joy. Ela, por sua vez, estava em processo de divórcio e já tinha um filho. Por ironia do destino, Joy morrera de câncer assim como a mãe de Lewis.

Joy é uma mulher pessimista e cética; Lewis é o grande pensador que nunca perde uma luta para os homens, mas a perde para Deus quando é confrontado com a morte da esposa. Merece destaque o garoto Joseph Mazzello, que interpreta o filho de Joy, Peter, com muito talento e muita verdade.

Shadowlands (1993)

Um belo bromance em Intocáveis

Intouchables (2011)

A história é simples: um homem rico e tetraplégico, Philippe (François Cluzet) precisa contratar alguém para cuidar dele. Este será Driss (Omar Sy) com quem Philippe irá experimentar uma bela amizade.

É baseado no livro Le Second Souffle (O Segundo Suspiro), escrito por Philippe Pozzo di Borgo e publicado em 2001. Este livro é autobiográfico e conta a experiência trágica de Philippe e a bela amizade que desenvolveu com seu enfermeiro Abdel.

Poderia ser um filme sobre a deficiência física, ou sobre diferenças sociais e étnicas, uma vez que Driss é um imigrante africano dos guetos e Philippe um magnata francês, mas a história jamais cai nesse clichê. O que chama atenção é a amizade que se desenvolve entre os dois e o incrível carisma de Driss que garante risos do começo ao fim. 

Claro que também há uma aura de drama e certas cenas são tocantes, mas o grande mérito do filme é o humor, o uso de um sarcasmo agradável. Também a trilha sonora de Ludovico Einaudi é linda. Foi o filme mais visto na França em 2011 e também o mais rentável da história do cinema francês até então.

Intouchables (2011)

A verdadeira identidade de Shakespeare em Anonymous

Anonymous (2011)

Este filme gerou até protestos e polêmicas porque explora a ideia de Shakespeare não ter sido Shakespeare. Mas ora, isto não é uma novidade. Desde o século XVIII que a identidade do grande dramaturgo é questionada. 

Segundo estas teorias, Shakespeare seria um pseudônimo ou um autor de fachada que escondia o verdadeiro autor que pode ter sido, por exemplo, Francis Bacon, Christopher Marlowe ou William Stanley. No filme, o autor será o Conde de Oxford Edward de Vere. Entre autores renomados que defenderam essa posição, temos  Mark Twain, Orson Wells e Charlie Chaplin.

Um homem chamado Shakespeare de Stratford realmente existiu. Ele era ator e comerciante. A grande questão está justamente no fato de não ser comum um não-nobre do século XVI ter um nível cultural tão elevado quanto o do autor que assina como Shakespeare.

As peças de Shakespeare revelam intimidade com a língua latina, com a cultura greco-romana, com política e história e um impressionante vocabulário com até 29 mil palavras diferentes. Para se ter uma ideia, a tradução da Bíblia para o inglês conhecida como King James tem apenas 6 mil palavras diferentes e é considerada um trabalho de eruditos.

Desta forma, suspeitou-se que as obras assinadas pelo comerciante Shakespeare eram escritas por um ou mais escritores-fantasma. No filme, explica-se que o Conde Edward preferia se manter anônimo para não sofrer represália da nobreza, já que suas peças continham conteúdo de crítica à corte. Sendo assim, ele contratou o ator Shakespeare, um homem semialfabetizado, para que assumisse a autoria das peças.

Chaplin, o polêmico e brilhante cineasta

Chaplin (1992)

O ator Robert Downey Jr. tem sua imagem frequentemente associada ao Homem de Ferro, pois foi neste papel que fez a maior fama e fortuna, mas poucos sabem que ele já interpretou ninguém menos que Charlie Chaplin, no começo de sua carreira.

Este filme tem um grande elenco. Chaplin é interpretado por Robert Downey Jr. A atriz que interpretou a mãe de Chaplin foi Geraldine Chaplin, filha do próprio. Uma de suas esposas foi interpretada por Milla Jovovich. O papel do produtor hollywoodiano que contratou Chaplin em seu início de carreira coube a Dan Aykroyd (aquele dos Caça Fantasmas, The Blue Brothers e outro monte de filmes).

Anthony Hopkins (o querido Hannibal) atuou como um escritor/editor fictício que publicaria a biografia do cineasta. Na verdade, o próprio Chaplin escreveu sua biografia e foi baseado neste livro que o filme foi feito, com suas devidas licenças e adaptações.

O filme mostra um Charlie bastante humano, problemático, desprotegido de sua aura de gênio criativo. Um de seus maiores problemas em toda a vida foram os relacionamentos amorosos, principalmente com mulheres bem mais jovens. Chegou a casar-se com uma garota de 16 anos e foi ao tribunal acusado de ter engravidado uma moça. 

Também era perseguido pelo FBI por suspeitas de propagandear o comunismo em seus filmes. Quando lançou O Grande Ditador, criticando o nazismo e o totalitarismo, sofreu má recepção por parecer estar criticando a própria política estadunidense. Depois que terminou a Segunda Guerra, esse filme foi visto com outros olhos e redimido. A perseguição política, porém, fez Chaplin mudar-se para a Suíça onde viveria o resto de seus anos.

Charlie era viciado em trabalho. Embora seja considerado gênio, sua obra foi fruto de muito empenho, não de ideias brilhantes nascidas ao acaso. Ele trabalhou arduamente, tanto que boa parte de seus conflitos com as esposas se deu porque ele passava dias concentrado no estúdio, trabalhando nos filmes.

Em sua carreira de 54 anos, realizou 81 filmes, 67 deles antes de completar 30 anos. Tendo começado no cinema mudo, resistiu à novidade do cinema falado, mas ainda fez cinco filmes falados, incluindo O Grande Ditador. Falando em O Grande Ditador, era curiosa a semelhança entre o personagem Vagabundo, com seu bigodinho, e Hitler. Além disso, Chaplin nascera em 16 de abril de 1889, apenas quatro dias antes de Hitler. 

Aos 83 anos voltou aos Estados Unidos para receber um Oscar especial em reconhecimento por toda sua obra. Morreu aos 88 anos na Suíça, onde vivera recluso com a esposa e filhos. 

Chaplin (1992)

Brincando de piromaníaco no Team Fortress 2

Pyro, Team Fortress 2

Já curti bastante jogar de Médico, Engenheiro e Soldier, vez ou outra um Heavy ou Demoman. Não sou muito bom com Scout e Snyper e ainda não consegui pegar algum gosto pelo Spy. Meu personagem favorito, porém, é o Pyro. 

Enquanto personagem, ele é o mais divertido. É um maníaco. O único que usa máscara, um esquisito, não tem rosto. Não tem nem mesmo uma voz reconhecível, pois o que se pode ouvir através da máscara são apenas uns murmúrios que variam no tom de voz de acordo com a fala. Alguns destes murmúrios são bem engraçados.

É comum ver jogadores reclamarem dos Pyros, chamando-os de WM1 (ou seja, quando jogadores usam o Pyro sem qualquer destreza, apenas apertando a tecla W, para correr pra frente, e segurando o botão 1 do mouse pra disparar fogo). Realmente, jogadores iniciantes naturalmente praticam o WM1, pois é a forma mais intuitiva de se usar um Pyro. 

Pyro, Team Fortress 2

No entanto, com o tempo e a prática a gente desenvolve as técnicas de ser um bom piromaníaco e a não ser que você jogue com preguiça, pode usar o Pyro de maneiras bem versáteis. Primeiro, é bom aprender a correr em círculos ou ziguezague. Isso evita que Spys acertem suas costas ou Snipers acertem sua cabeça. Também é bom pegar as manhas do spycheck. O Pyro é o melhor detector de Spys e com o tempo a gente vai percebendo quais os spots do mapa em que Spys costumam ficar. É muito comum, por exemplo, eles ficarem nas quinas das paredes ou perto dos Engenheiros. O Pyro é o melhor amigo do Engenheiro, pois está sempre limpando sua área de Spys.

Existem várias armas lança-chamas e particularmente gostei de uma que dá crítico quando acerta alguém pelas costas, mas essa arma tem a penalidade de gastar muita munição com o tiro secundário. O tiro secundário é o recurso mais versátil do Pyro. Aliás, é o mais versátil de todas as classes. Ele sopra um jato de ar que pode apagar o fogo de aliados ou empurrar para longe inimigos e também pode limpar o chão das stickbombs do Demoman e, o melhor de tudo, pode refletir de volta os mísseis do Soldier. Não há prazer maior para um Pyro do que matar um Soldier com as próprias rajadas dele. É literalmente devolver o ataque recebido.

Pyro, Team Fortress 2

A arma secundária padrão é uma shotgun, que permite ao Pyro ter algum ataque mais à distância (pois o lança-chamas, que tem a vantagem de ter uma hitbox bem ampla, tem um alcance curto), mas também é possível adquirir sinalizadores que são excelentes. Tem um que depois que passei a usar nunca mais larguei, pois dispara um projétil incendiário que tem efeito de knockback, empurrando os inimigos para trás, além de atear fogo neles. O dano é pequeno em relação a outras armas, mas o efeito psicológico é forte e um Pyro hábil vira um verdadeiro capeta aterrorizando com ataques à curta e longa distância. Acho inclusive que o melhor personagem pra receber uber de um Médico é o Pyro, justamente porque ele pode rushar incendiando tudo e todos e destruindo facilmente as sentrys.

Entre as armas de melee, usei bastante um machado que ateia fogo, afinal, se agente joga de Pyro tem que encarnar o piromaníaco mesmo. Mas aí só recentemente me dediquei aos contratos. Alguns são mais chatinhos que difíceis e com paciência consegui completar, recebendo de recompensa a luva, a mãozinha do capeta. Essa luva é uma arma de melee que dá dois golpes por vez, o que é uma vantagem, mas não diria que é a melhor arma de melee, porém é a mais divertida, já que você sai estapeando as pessoas e produz um som de tapa meio cômico, além de anunciar no broadcast que você estapeou alguém. Só outra arma se parece com essa, que é o chicote do Soldier.

Pyro, Team Fortress 2

Ah, e o Pyro tem algo que faz dele realmente um personagem único e excêntrico: a Pirolândia. É o único personagem que tem um ponto de vista especial, acessível por meio de uns óculos (que qualquer personagem pode usar). Usando os óculos da Pirolândia, a aparência e a sonoplastia do jogo ficam diferentes, mais infantis e circenses, mais psicodélicos, bem adequado à mente provavelmente maníaca do Pyro.

Pyro, Team Fortress 2


Warm Bodies, um romance zumbi

Warm Bodies (2013)

O filme Warm Bodies é uma adaptação do romance homônimo escrito por Isaac Marion (2010). Fugindo ao convencional, não aborda o tema do apocalipse zumbi por meio do terror ou do drama. É uma história leve e humorada, uma comédia romântica. O romance se dá entre o zumbi R e a garota Juliet (obviamente referência a Romeu e Julieta). 

Há um detalhe interessante neste filme que é o fato do zumbi absorver as memórias da vítima quando come seu cérebro. Além disso, eles têm pensamentos, conseguem falar umas poucas palavras e fazer coisas inteligentes como manipular objetos e até mesmo dirigir veículos. Parece mais que sofrem de uma debilidade física e mental do que necessariamente de um estado zumbi clássico. Afinal, são capazes de se curar por meio do despertar das memórias e emoções adormecidas.

Warm Bodies (2013)