Desde a infância, eu sempre fui um tanto melancólico, inclusive conheci esta palavra muito cedo e à primeira vista me apeguei a ela. Na adolescência veio a depressão e a melancolia se intensificou, mesclou-se à tristeza, de modo que ambas se tornaram indistinguíveis.
Foram necessários muitos anos, décadas, até que eu conseguisse separar a tristeza da melancolia. Finalmente encontrei a pureza deste sentimento e percebi como ele é confortável, é a cama em que repouso minha mente, é meu habitat, um constante estado mental que existe no limbo entre a tristeza e a contemplação.
Não quero, no entanto, desprezar a alegria. Como um alquimista, busco a fórmula ideal, a melhor combinação de elementos. Uma pitada de alegria é necessária, alguns efêmeros momentos de riso. Eis a fórmula de que sou feito: melancolia e zoeira, contemplação e besteirol. Melancólicalegria.
(11,01,2024)
Nenhum comentário:
Postar um comentário