Quando saio à noite para olhar o céu, gosto de ver que no edifício lá adiante existem pessoas. Há luzes acesas, em algumas varandas dá para ver a luz fria da televisão, mudando de cor, piscando, indicando que estão assistindo a algum filme de ação talvez. Ocasionalmente até aparece alguém em uma varanda, uma minúscula silhueta de uma pessoa ao longe.
Gosto de saber que há pessoas ali, de vê-las de longe, perceber que elas estão vivendo suas vidas. É curioso isso, pois eu não gostaria de falar com elas, de vê-las de perto. Aprecio as pessoas assim, remotamente, observando-as como quem observa os pássaros. Pessoas conversando, crianças brincando, cachorros latindo.
Agrado-me em ouvir estes sons à distância, mas não gostaria que fossem meus vizinhos, pois todo este ruído de fundo então se tornaria um incômodo. Meu amor à humanidade talvez tenha este limite de algumas dezenas ou centenas de metros.
(03,02,2023)
Nenhum comentário:
Postar um comentário