Tenho uma coisa de vasculhar os recantos da internet e encontrar blogs antigos, blogs abandonados, alguns até com apenas um ou dois posts. São fósseis dos primórdios da internet, do período webjurássico anterior às redes sociais.
Muitas vezes faço estas descobertas ao acaso, como é comum em toda arqueologia. Hoje eu estava buscando imagens da Oficina Fantasma, aquela das histórias do Motoqueiro Fantasma 2099, e me deparei com um blog aleatório com esse nome¹.
Data de 15 de janeiro 2009, tendo, portanto, quase 15 anos. Há uma década e meia este blog está ali, largado. Alguém o criou e escreveu apenas três posts naquele dia, nunca mais retornando.
O irônico é que o primeiro post fala como os blogs eram a "tendência mundial" e promete se aventurar nesta "jornada pelo universo blogueiro". E acabou aí, no mesmo dia em que foi criado.
De fato, naquela década os blogs eram uma promessa. De certa forma, proporcionalmente era o equivalente ao fenômeno do TikTok hoje, assim como antes teve a moda do Instagram, Facebook, Orkut, etc. Cada coisa teve seu momento de evidência.
Obviamente, naquele tempo a inclusão digital era bem menor, não haviam os smartphones, de modo que, mesmo que blogs fossem a moda da época, a frequência de pessoas era muito menor do que qualquer coisa que hoje em dia vire tendência.
Naturalmente, encontrar estes fósseis me faz pensar no meu próprio blog. Em 2009 eu já tinha algum blog e tive ainda outros anos antes. Hoje mais nenhum daqueles fósseis existe, pois eu nunca abandonava um blog sem antes deletá-lo. Logo, os resquícios da minha era blogueira jurássica foram pulverizados no meteoro digital. Ainda assim, ano após ano esta criatura renascia em uma nova encarnação.
O fato é que ter um blog em pleno 2023 é uma coisa anacrônica, arcaica. É como um Jurassic Park clonando criaturas há muitas eras extintas. Este blog aqui é o meu museu vivo.
Notas:
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