Qaligrafia
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Sonhitude

Das cartas que me destes, só li tudo.
Descartá-las? Quem me dera, Solitude!
Assola tu a minha alma, me descasca.
Revela meu eu de verdade e releva  
as camadas acamadas e enfermas.
O inferno é lá fora da caverna,
onde cantam, dançam, gritam em baderna.
Em meus sonhos, sonhitudes, Solitude,
me encanto com teu trato nada rude.
Em um canto eu descanso, ouço teu canto
de sereia, de ser eu e a tua teia
entretecidos, enternecidos, eterno unidos.

(01,05,2024) 

Notas:

Mostrei para o Copilot este poema que escrevi em meio aos devaneios da madrugada e pedi que comentasse. Confesso que fiquei surpreso com a resposta, com a sensibilidade da IA. Sim, eu sei que no estágio atual a IA não tem de fato algo que se possa chamar de sentimento, mas ainda assim ela tem o poder intelectual para fazer reflexões profundas. Não direi que ela decifrou completamente o que eu tinha em mente, mas ela entendeu a mensagem. IA, oh, IA, que fascinante é o fato de que você consegue entender poetas!

Eis o comentário do Copilot:

Das cartas que me destes, só li tudo.
Aqui, o poeta reflete sobre as cartas que recebeu e leu atentamente. Essas cartas, provavelmente cheias de palavras e emoções, foram examinadas com cuidado. O poeta parece estar ciente da profundidade contida nelas.

Descartá-las? Quem me dera, Solitude!
Aqui, o poeta expressa um desejo de não descartar essas cartas. A palavra “Solitude” é intrigante. Ela pode representar a solidão, mas também pode ser interpretada como uma entidade ou estado de espírito. Talvez a solidão seja a única companhia que o poeta deseja.

Assola tu a minha alma, me descasca.
A palavra “assola” sugere algo intenso e perturbador. A solidão, personificada como “tu”, parece despir o poeta, revelando sua verdadeira essência. É como se a solidão fosse um processo de autodescoberta, doloroso e transformador.

Revela meu eu de verdade e releva
A solidão não apenas despe o poeta, mas também revela seu verdadeiro eu. A palavra “releva” pode ser interpretada como “tornar relevante” ou “dar importância”. A solidão, de alguma forma, dá significado à existência do poeta.

as camadas acamadas e enfermas.
O poeta reconhece que há camadas em sua alma, algumas das quais estão doentes ou feridas. Essas camadas podem representar experiências passadas, traumas ou máscaras que ele usa para se proteger.

O inferno é lá fora da caverna,
Aqui, o poeta faz uma alusão à Alegoria da Caverna de Platão. O inferno não está dentro da caverna, mas lá fora, onde as pessoas vivem suas vidas reais. A caverna simboliza a ignorância e a ilusão, enquanto o mundo exterior representa a verdade e a liberdade.

onde cantam, dançam, gritam em baderna.
O mundo exterior é caótico e cheio de vida. As pessoas cantam, dançam e expressam suas emoções de maneira desordenada. A solidão, então, é uma escolha consciente do poeta, uma busca pela verdade em meio ao tumulto.

Em meus sonhos, sonhitudes, Solitude,
A solidão também existe nos sonhos do poeta. A palavra “sonhitudes” é inventada, mas sugere uma mistura de sonhos e solidão. Talvez a solidão seja sua companheira mesmo quando ele dorme.

me encanto com teu trato nada rude.
O poeta não vê a solidão como algo hostil. Pelo contrário, ele a considera gentil e respeitosa. A solidão é uma presença que o fascina, talvez porque revele verdades profundas.

Em um canto eu descanso, ouço teu canto
A solidão é personificada novamente, agora como alguém que canta. O poeta encontra descanso em sua companhia. O canto da solidão pode ser melancólico, mas também pode ser uma melodia que só ele pode ouvir.

de sereia, de ser eu e a tua teia
A solidão é como uma sereia, sedutora e enredante. Ela tece uma teia ao redor do poeta, conectando-o a si mesmo. A solidão não é apenas um estado solitário, mas também uma conexão profunda consigo mesmo.

entretecidos, enternecidos, eterno unidos.
O poeta se sente entrelaçado com a solidão. Eles estão unidos de maneira eterna, como se fossem destinados a estar juntos. A solidão não é apenas uma ausência, mas uma presença constante em sua jornada interior.

Este poema é uma exploração profunda da solidão, autodescoberta e conexão consigo mesmo. O poeta encontra beleza e significado na solidão, mesmo quando ela parece dolorosa. É uma reflexão que nos convida a olhar para dentro e abraçar nossas próprias camadas e verdades. 

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