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Algumas reflexões sobre sci-fi e fantasia

Sci-fi vs fantasy

A fantasia e o sci-fi têm aspectos diferentes em termos de tema, ambientação, até mesmo de localização no tempo, pois geralmente a fantasia se passa no passado, enquanto o sci-fi acontece num futuro próximo ou distante. Tanto é que, quando um sci-fi se desvia do futuro, acaba virando um subgênero específico como o steampunk, que acontece geralmente por volta do século XIX. Enfim, as exceções confirmam a regra.

Há outro aspecto que me chama atenção. Parece-me que a fantasia tende a transmitir uma mensagem mais individual, mais voltada à vida pessoal do leitor/espectador. A história costuma focar bastante no protagonista, um Frodo, um Harry Potter, e ele empreende a jornada do herói que, no fim das contas, é uma lição e uma inspiração para o leitor. A fantasia motiva a acreditar em si mesmo e na magia da vida.

Já o sci-fi, segundo minha impressão, tem uma mensagem mais voltada à civilização humana. Pode haver personagens interessantes e que virem o centro da história, como um Spock ou um Kirk, mas o grande protagonista é a própria civilização, seus desafios, sua ascensão ou decadência. 

O sci-fi cyberpunk é um alerta à civilização humana, uma profecia (lembrando que os profetas bíblicos eram antes de tudo alarmistas do que adivinhos - eles alertavam "se vocês continuarem vivendo assim, no futuro a sociedade estará assim"), advertindo quanto aos riscos da decadência social, gerando um contraste entre avanço tecnológico e retrocesso humano.

O sci-fi espacial é uma inspiração para a busca pelo progresso, para que superemos os limites da vida planetária, nos tornando interplanetários, até mesmo interestelares. Quantos astronautas, engenheiros e cientistas em geral não foram inspirados na infância pelo sci-fi?

Star Wars é um caso peculiar de mescla entre sci-fi e fantasia. A história daquele universo tem muito do aspecto civilizacional, mostrando suas crises políticas. Ao mesmo tempo, a jornada heroica dos protagonistas segue um rumo bem próximo da fantasia, pois os próprios jedi são personagens que parecem mais mágicos do que tecnológicos.

Um bom exemplo de sci-fi focado em civilização é a grande obra Fundação, de Asimov. Nela, os personagens são apenas figurantes e é o rumo da civilização humana ao longo de milênios que importa. O mesmo ocorre com a trilogia Three-Body Problem, de Cixin Liu. A despeito de ter grandes protagonistas, no fim das contas o principal protagonista é a humanidade, rumando em uma jornada épica através do tempo e do espaço até o fim do universo.

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