Em termos de atitude diante dos outros, há pessoas ativas, passivas, recíprocas, reativas e neutras.
A pessoa ativa costuma tomar a iniciativa nas interações. Isto pode ser uma virtude, pois é aquela que mais rapidamente se dispõe a ajudar os outros, mas também pode ser a que mais se apressa a criticar ou mesmo prejudicar os outros. Uma pessoa ativa não sabe esperar, ela "faz a hora, não espera acontecer".
A pessoa passiva é a companhia ideal das ativas, pois ela espera que os outros tomem iniciativa e quando isto acontece acolhem com facilidade e mesmo prazer a imposição alheia. Elas querem receber orientações, sugestões, ordens, querem alguém para seguir, para lhes dizer o que fazer. Ela pode ser uma grande auxiliar ou uma cúmplice de crimes e erros por "estar apenas seguindo ordens".
A pessoa recíproca está sempre buscando este equilíbrio matemático nas relações humanas, uma espécie de justiça ou karma perfeito, dando aquilo que recebe e esperando receber em troca o tratamento que confere aos outros. Constantemente sofre frustrações, pois nas relações entre as pessoas não existe isso de troca equivalente, há sempre uma diferença de níveis, um desequilíbrio que afronta a visão romântica de esperar perfeita reciprocidade no mundo.
A pessoa reativa não nutre o sonho utópico da reciprocidade, mas suas atitudes são baseadas em responder aos estímulos. O reativo irá tratar cada pessoa com uma resposta à altura do tratamento que recebeu, o que não significa que será um tratamento equivalente, recíproco ou equilibrado. Enquanto a pessoa passiva reage às ordens da ativa com obediência, a reativa tenderá a reagir com resistência. Ela não gosta de ordens ou imposições por ter uma tensão superficial muito densa. Tudo o que bate nela recebe uma resistência em sentido oposto. Ela pode reagir à passividade assumindo a liderança ou afastando-se. Irá respeitar a neutralidade, pois o neutro não projeta nenhuma força que provoque uma reação. A pessoa reativa nunca começa uma briga, mas pode comprar a briga e provavelmente será quem decide terminá-la.
A pessoa neutra não tem a submissão da passiva nem a iniciativa da ativa, não tem interesse em reciprocidades e é permeável às forças aplicadas nela, de modo que não reage. O neutro é o que os antigos chamavam de fleumático, um tipo manso, alheio, apático, que busca viver sem provocar ou ser provocado. Podem ser as pessoas mais simplórias e desinteressantes, bem como as mais iluminadas e zen.
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