A sexualidade é talvez a coisa mais louca da vida humana. Não à toa a psicologia se debruçou tanto sobre o assunto por considerá-lo um enigma a ser desvendado. O erotismo é como o onirismo, mistura-se à fantasia, à imaginação e, logo, ao nonsense.
Talvez por isso nos anos 80 floresceu um gênero de filmes eróticos que misturava de forma bem interessante a sacanagem e a completa falta de sentido. Nos anos 90 este gênero ficou consagrado na longa franquia American Pie e posteriormente recebeu homenagens, como em Extreme Movie¹.
Pois bem, este é o caso de A Dirty Shame (2004), que no Brasil ficou como O Clube dos Pervertidos. Embora dirigido por John Waters, um diretor de loonga carreira, parece bastante um filme indie de algum diretor jovem e iniciante que teve ideias enquanto participava de orgias na faculdade de cinema.
A história envolve uma cidadezinha polarizada em dois grupos: as pessoas muito caretas e puritanas, chamadas de neuter (assexuais) e as depravadas. Acontece que a depravação tem uma causa comum: são pessoas que bateram a cabeça em algum acidente e este evento como que virou a chave dentro do cérebro. É como se a sexualidade pudesse ser ligada ou desligada por um botão, que no caso é a pancada na cabeça.
Bom, não há muito como descrever o filme. Os diálogos são bem aleatórios; a maioria dos atores são figurantes sem qualquer talento em atuação; uma das protagonistas, interpretada pela bela Selma Blair, tem seios enooormes; tem um cara que é como o líder de uma seita de tarados, o Ray Ray, que chega a ter poderes místicos e parece uma mistura de Lúcifer e Jesus.
Em certos momentos, a coisa ganha até um ar didático e se torna uma espécie de dicionário de parafilias, mostrando e explicando as taras diversas das pessoas, como sploshing, age regression, tem até um cara que tem fetiche por lixo e outro que, bem ao estilo do saudoso Serguei, transa com uma árvore. No fim, a cidade é tomada por tarados como num apocalipse zumbi erótico.
Fiquem com a Tracey Ullman descendo na boquinha da garrafa.
Notas:
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