Twilight é um raro caso de sucesso mundial de uma obra indie. Tudo começa com uma quadrilogia de livros, lançados entre 2005 e 2008, escritos pela Stephenie Meyer. Meyer basicamente era uma jovem dona de casa mórmon, sem nenhuma carreira literária, quando de repente lançou seu primeiro romance, Twilight, e foi um fenômeno imediato, atraindo a atenção de Hollywood para uma adaptação.
O primeiro filme, Twilight (2008), já se mostrou um grande sucesso para uma produção de baixo orçamento. Produzido com 37 milhões de dólares, rendeu 400 milhões. Nascia aí uma nova franquia de vampiros. New Moon superou o sucesso de Twilight, faturando 700 milhões. Eclipse, 698 milhões. O primeiro Breaking Down conseguiu 712 milhões e o segundo nada menos que 830! Isso mesmo, Crepúsculo foi uma franquia bilionária.
Essa curva crescente de faturamento de cada uma das sequências mostra que Crepúsculo seguiu aumentando em hype dos fãs e sucesso até o fim. A despeito de todas as críticas que recebeu (geralmente pelo roteiro meio novela adolescente e pelo estilo peculiar dos vampiros que brilham no sol), o fato é que Crepúsculo foi um fenômeno da cultura pop e um sucesso bilionário de bilheteria.
O diferencial em relação a outras obras vampirescas no cinema é justamente que Crepúsculo tem uma temática mais adolescente. A protagonista Bella é uma garota no final do ensino médio que se apaixona por um vampiro que tem centenas de anos, mas se matriculou no ensino médio e finge que tem 17, o que já é bem bizarro, convenhamos.
No primeiro contato, Edward faz aquela cara de nojinho ao sentir o cheiro dela, o que rendeu muitos memes, mas logo ficam amigos, ela faz uma pesquisa na internet e assim, sem nem levantar outras hipóteses mais realistas, já chega à conclusão que ele é um vampiro e aceita numa boa. Mas ok, estamos em uma história de fantasia e, assim como nas histórias de super heróis, as pessoas reagem com relativa normalidade quando descobrem que alguém tem superpoderes.
Aí a Bella fica amiguinha da turma cool de vampiros, até que aparece a turma rebelde e um deles é super psicopata, até para os padrões dos outros vampiros, e começa a caçar a Bela, então Edward e sua turma se juntam para protegê-la e terminam esquartejando e queimando o vampiro psicopata, porque, convenhamos, eles também são meio psicopatas e é assim que resolvem as coisas.
Como a Bella foi mordida no pulso pelo vampiro, o Edward tem que dar uma chupada no sangue dela pra tirar o veneno e salvá-la de ser transformada. Edward faz esse drama de que não quer transformá-la, que seria um pecado, mas a verdade é que tudo seria mais fácil para os dois se ele resolvesse logo isso. Só que aí não teria mais história.
A morte do vampiro que atacou Bella provocou a fúria de sua amante, Victoria, que então se tornará uma nêmesis da Bella, sempre planejando vingança. Victoria seguirá trazendo problemas nos próximos filmes até a batalha final.
Em New Moon (2009), expande-se a mitologia do universo Crepúsculo, com a aparição dos Volturi, que são como a nobreza dos vampiros e que julgam os crimes dos demais, segundo seu código de ética.
Edward, que achava que Bella havia morrido, vai até os Volturi pedir para ser executado, mas eles se negam, então ele pretende cometer um crime (se revelando ao público, o que o código Volturi pune com pena de morte), mas é salvo pela Bella.
Esse segundo filme também serviu para apresentar a classe dos lobisomens, representada pelo bombadão Jacob, iniciando o platônico triângulo amoroso da Bella com um vampiro e um lobisomem.
Enquanto o time dos vampiros serve para decorar a tela com pessoas elegantes e estilosas, o time lobisomem traz um monte de caras sem camisa emanando testosterona. Também rola uma parada étnica. Os vampiros em sua maioria têm uma origem europeia, enquanto os lobisomens são índios nativos americanos. Em resumo, tem pra todo gosto.
Em Eclipse (2010), Victoria monta um exército de minions vampiros recém-transformados e persegue a Bella, que então será protegida por uma aliança entre a turma dos vampiros de Edward e os lobisomens do Jacob.
Refugiada no alto de uma montanha gelada, Bella dorme de conchinha com o Jacob pra se esquentar, num momento feito para agradar a galera que shippava os dois. Mais ainda, os dois acabam se beijando, para alegria de uns fãs e fúria de outros.
Então acontece uma batalhazinha campal entre os minions da Victoria e os amigos da Bella. Além do fato insólito dos vampiros de Crepúsculo brilharem ao sol, existe outro detalhe curioso na fisiologia deles: quando dilacerados ou decapitados, os vampiros não sangram e parecem ter um corpo cristalizado, como que feito de diamantes, como se fossem estátuas animadas.
Também existe um negócio de cada vampiro ter poderes especiais. O Edward pode ler mentes, a Alice vê o futuro, a Jane (personagem da Dakota Fanning) tem um forte poder telepático para causar sofrimento e subjugar até outros vampiros, etc.
Estas características não convencionais dos vampiros de Crepúsculo foram um dos motivos das críticas dos nerds mais puristas, mas ao mesmo tempo enriquecem a mitologia vampírica ao acrescentar essa nova variedade da espécie.
Enfim Victoria é derrotada, concluindo o arco da trilogia, mas claro que a série não terminaria aí, pois, já que estava fazendo sucesso, por que não render uma quadrilogia ou uma pentalogia, não é mesmo?
Então veio o quarto episódio, Breaking Down (2011, 2012) que foi dividido em dois filmes (modelo futuramente adotado em Jogos Vorazes e pela Marvel no Guerra Infinita).
O primeiro filme Breaking Down foge bastante de toda a trama da série, pois não tem vilões. É uma espécie de interlúdio, um intervalo nos conflitos com outros vampiros e a história foca no casamento, lua de mel e gravidez da Bella. Inclusive o casal viaja para o Brasil e vemos os atores conversando com figurantes brasileiros, falando em português com sotaque carregado.
A crise acontece quando o feto vampiro faz que a Bella adoeça até a morte, aí finalmente a turma decide transformá-la em vampira para salvá-la. Já era hora hein.
É neste filme que acontece o evento mais bizarro de toda a série, que é o tal de imprinting. Imprinting (estampagem, impressão) é um termo geralmente usado para definir a relação de afeto instantâneo que alguns animais desenvolvem logo na infância ou mesmo ao nascer. Por exemplo, os pintinhos, ao saírem do ovo, veem a galinha e imediatamente criam um laço filial com ela, passando a segui-la.
O conceito também pode servir para o sentimento de amor à primeira vista e é nesse sentido que é usado quanto aos lobisomens. Eles só formam casais via imprinting e o Jacob, quando pela primeira vez vê a bebê da Bella, experimenta esse fenômeno e tem um vislumbre da criança crescendo e se tornando sua parceira. Convenhamos, é um troço no mínimo esquisito.
No segundo Breaking Down, que encerra toda a série, a Bella finalmente deixa de ser a humana frágil sempre protegida pelos amigos vampiros e lobisomens e transformou-se em uma vampira com muito potencial e o talento especial de produzir um escudo psíquico contra os poderes dos outros vampiros, o que obviamente atrai o interesse dos Volturi.
O melhor de tudo é que agora a Bella finalmente tem a constituição física para transar com o Edward sem se preocupar em ser quebrada ao meio ou ficar cheia de hematomas, o que foi o drama do casal durante a lua de mel.
A saga termina com uma frustrante batalha campal entre a turma da Bella e os Volturi. Acompanhamos uma luta cruenta, com decapitações e um massacre dos dois lados, só para no final mostrarem que tudo foi apenas uma projeção do futuro feita pela Alice. Vendo a possível derrota, o líder dos Volturi simplesmente desiste da brincadeira e vai embora com sua turma. Fuén.
De toda a trilha sonora da série, duas músicas ficaram especialmente marcadas como as músicas do casal: A Thousand Years, de Christina Perri e Flightless Bird, American Mouth, de Iron & Wine, que é bem agradável e com um ritmo de valsa, ideal para casamentos.
A morte do vampiro que atacou Bella provocou a fúria de sua amante, Victoria, que então se tornará uma nêmesis da Bella, sempre planejando vingança. Victoria seguirá trazendo problemas nos próximos filmes até a batalha final.
Homens sem camisa, o maior fan service da série. Eles estão por toda parte. |
Em New Moon (2009), expande-se a mitologia do universo Crepúsculo, com a aparição dos Volturi, que são como a nobreza dos vampiros e que julgam os crimes dos demais, segundo seu código de ética.
Edward, que achava que Bella havia morrido, vai até os Volturi pedir para ser executado, mas eles se negam, então ele pretende cometer um crime (se revelando ao público, o que o código Volturi pune com pena de morte), mas é salvo pela Bella.
O Pattison também tem seus momentos sem camisa. |
Esse segundo filme também serviu para apresentar a classe dos lobisomens, representada pelo bombadão Jacob, iniciando o platônico triângulo amoroso da Bella com um vampiro e um lobisomem.
Enquanto o time dos vampiros serve para decorar a tela com pessoas elegantes e estilosas, o time lobisomem traz um monte de caras sem camisa emanando testosterona. Também rola uma parada étnica. Os vampiros em sua maioria têm uma origem europeia, enquanto os lobisomens são índios nativos americanos. Em resumo, tem pra todo gosto.
Em Eclipse (2010), Victoria monta um exército de minions vampiros recém-transformados e persegue a Bella, que então será protegida por uma aliança entre a turma dos vampiros de Edward e os lobisomens do Jacob.
Refugiada no alto de uma montanha gelada, Bella dorme de conchinha com o Jacob pra se esquentar, num momento feito para agradar a galera que shippava os dois. Mais ainda, os dois acabam se beijando, para alegria de uns fãs e fúria de outros.
Então acontece uma batalhazinha campal entre os minions da Victoria e os amigos da Bella. Além do fato insólito dos vampiros de Crepúsculo brilharem ao sol, existe outro detalhe curioso na fisiologia deles: quando dilacerados ou decapitados, os vampiros não sangram e parecem ter um corpo cristalizado, como que feito de diamantes, como se fossem estátuas animadas.
O corpo dos vampiros parece feito de diamante. |
A personagem da Dakota Fanning foi uma das mais poderosas, uma espécie de Jean Grey dos vampiros. |
Também existe um negócio de cada vampiro ter poderes especiais. O Edward pode ler mentes, a Alice vê o futuro, a Jane (personagem da Dakota Fanning) tem um forte poder telepático para causar sofrimento e subjugar até outros vampiros, etc.
Estas características não convencionais dos vampiros de Crepúsculo foram um dos motivos das críticas dos nerds mais puristas, mas ao mesmo tempo enriquecem a mitologia vampírica ao acrescentar essa nova variedade da espécie.
A fofa Jodelle Ferland. |
Enfim Victoria é derrotada, concluindo o arco da trilogia, mas claro que a série não terminaria aí, pois, já que estava fazendo sucesso, por que não render uma quadrilogia ou uma pentalogia, não é mesmo?
Então veio o quarto episódio, Breaking Down (2011, 2012) que foi dividido em dois filmes (modelo futuramente adotado em Jogos Vorazes e pela Marvel no Guerra Infinita).
O primeiro filme Breaking Down foge bastante de toda a trama da série, pois não tem vilões. É uma espécie de interlúdio, um intervalo nos conflitos com outros vampiros e a história foca no casamento, lua de mel e gravidez da Bella. Inclusive o casal viaja para o Brasil e vemos os atores conversando com figurantes brasileiros, falando em português com sotaque carregado.
Usando efeitos especiais, deixaram a Bella só o bagaço. |
A crise acontece quando o feto vampiro faz que a Bella adoeça até a morte, aí finalmente a turma decide transformá-la em vampira para salvá-la. Já era hora hein.
É neste filme que acontece o evento mais bizarro de toda a série, que é o tal de imprinting. Imprinting (estampagem, impressão) é um termo geralmente usado para definir a relação de afeto instantâneo que alguns animais desenvolvem logo na infância ou mesmo ao nascer. Por exemplo, os pintinhos, ao saírem do ovo, veem a galinha e imediatamente criam um laço filial com ela, passando a segui-la.
O conceito também pode servir para o sentimento de amor à primeira vista e é nesse sentido que é usado quanto aos lobisomens. Eles só formam casais via imprinting e o Jacob, quando pela primeira vez vê a bebê da Bella, experimenta esse fenômeno e tem um vislumbre da criança crescendo e se tornando sua parceira. Convenhamos, é um troço no mínimo esquisito.
Super Bella. |
No segundo Breaking Down, que encerra toda a série, a Bella finalmente deixa de ser a humana frágil sempre protegida pelos amigos vampiros e lobisomens e transformou-se em uma vampira com muito potencial e o talento especial de produzir um escudo psíquico contra os poderes dos outros vampiros, o que obviamente atrai o interesse dos Volturi.
O melhor de tudo é que agora a Bella finalmente tem a constituição física para transar com o Edward sem se preocupar em ser quebrada ao meio ou ficar cheia de hematomas, o que foi o drama do casal durante a lua de mel.
A saga termina com uma frustrante batalha campal entre a turma da Bella e os Volturi. Acompanhamos uma luta cruenta, com decapitações e um massacre dos dois lados, só para no final mostrarem que tudo foi apenas uma projeção do futuro feita pela Alice. Vendo a possível derrota, o líder dos Volturi simplesmente desiste da brincadeira e vai embora com sua turma. Fuén.
De toda a trilha sonora da série, duas músicas ficaram especialmente marcadas como as músicas do casal: A Thousand Years, de Christina Perri e Flightless Bird, American Mouth, de Iron & Wine, que é bem agradável e com um ritmo de valsa, ideal para casamentos.
Esqueçam Bella e Edward/Jacob. O casal mais legal da série foi esse aqui. |
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