Ano após ano ficamos fascinados com a evolução dos gráficos nos jogos. A cada novo jogo nos empolgamos com a ideia de sermos capazes de criar outro mundo, um mundo digital tão detalhista e realista quanto o teal. A tecnologia ray-tracing faz um jogo de luz impressionante e que dá a sensação de imersão e realidade. Todavia, a verdade é que estamos muito longe de replicar o mundo.
Estes gráficos que chamamos "realistas", simulam apenas uma camada muito superficial da realidade, apenas o aspecto visual em uma escala humana e de uma forma ainda bastante limitada. Tomemos um pequeno exemplo para perceber o abismo que separa o mundo digital que temos até o momento e o mundo real: uma folha.
Florestas nos games são um bom exemplo de quão impressionante pode ser uma simulação de mundo. A textura dos troncos de árvores, a luz interagindo com a vegetação, atravessando as folhas a ponto de simular um efeito komorebi, o chapinhar da água quando pisamos em um rio... Tudo parece tão detalhista. Mas olhemos apenas para uma folha, uma simples folha neste cenário. Se dermos um zoom, veremos alguns detalhes da folha, mas logo vamos nos deparar com pixels, pontos de cor. Aí acaba a profundidade daquele objeto.
Na vida real, ao olharmos uma folha mais de perto, vemos os intrincados detalhes de suas nervuras, as formas poligonais da superfície, minúsculos insetos a caminhar por ela. Em um zoom microscópico, veremos uma estrutura ainda mais complexa, as células, as moléculas, todo um mundo vivo existindo ali naquele pequeno espaço de uma folha. Outro zoom ainda mais profundo revelará os átomos presentes nas moléculas, um microuniverso composto por estes planetoides de prótons, elétrons e neutrons.
Se fosse possível olhar ainda mais a fundo, veríamos as partículas subatômicas mais fundamentais, o mundo quântico povoado por um enxame de ondas e partículas misteriosas. E talvez ainda haja uma camada mais profunda, a das cordas, vibrando de maneiras peculiares. Estamos falando aqui de algo tão pequeno e infinitesimal, que nossa imaginação mal consegue obter um parâmetro para comparar. Qual seria o tamanho de uma partícula subatômica em comparação à folha? Uma formiga no sistema solar? Ou na galáxia?
Uma folha, uma simples folha contém um mundo praticamente infinito. Não existe tecnologia computacional no mundo capaz de replicar isto em uma simulação. Ora, se sequer conseguimos criar uma folha tão profundamente detalhista, imagine quão longe ainda estamos de sermos capazes de replicar um mundo inteiro em uma simulação digital. Mesmo que a computação siga evoluindo exponencialmente, precisaremos ainda de séculos ou milênios até conseguirmos criar de fato um mundo virtual tão complexo quanto o real.
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